Drone um aliado logístico

É muito interessante, ter a oportunidade de acompanhar a evolução do uso de drones em operações logísticas.
Muitos ainda se mostram céticos e, procuro refletir sobre seus argumentos. Mas, as experiências bem sucedidas e amplamente noticiadas, nos mostram o potencial que o uso dos drones pode proporcionar.
Talvez, o caso mais emblemático, seja o projeto Prime Air da Amazon, um sistema projetado pela Amazon para entregar pacotes para clientes, em 30 minutos ou menos, usando veículos aéreos não tripulados (drones). Em Dezembro de 2016, a Amazon divulgou um vídeo mostrando a primeira experiência efetiva deste projeto.
Mas, não é só a Amazon que vem buscando entender o potencial de uso de drones como um aliado logístico. Empresas como UPS, DHL e muitas outras estão trabalhando neste sentido.
Segundo a previsão de vários especialistas, em breve, ver drones transportando mercadorias será tão normal como ver caminhões na estrada.
Os drones tem um potencial enorme e, não podemos pensar neles apenas como elementos destinados a transporte de encomendas para clientes (como no caso da Amazon).
Já temos experiências de drones sendo usados pelo Corpo de Bombeiros para transmitir as imagens de acidentes (incêndios, afogamentos, deslizamentos etc ...). Nestes casos, os drones possibilitam maior agilidade e segurança para a primeira avaliação do local e, com base nestas informações, as equipes podem otimizar os recursos a serem empregados neste atendimento, conseguindo assim ser ainda mais rápidas na operação para a qual foram designadas.
Em Janeiro deste ano (2018), um drone foi usado em uma operação de resgate de dois adolescentes em alto-mar. Eles estavam se afogando na costa norte de Nova Gales do Sul, na Austrália.
Segundo dados noticiados, todo o procedimento de salvamento por afogamento levou apenas 70 segundos – 4 minutos e 50 segundos a menos se comparado com a estimativa de tempo que um salva-vidas humano leva para resgatar nadadores, cerca de 6 minutos ou mais.
Mas, é importante destacar que, neste caso, como em outros desta natureza, a atuação do profissional que conduz o drone, bem como da equipe que presta assistência a vítima, é essencial e, faz toda a diferença.
Temos também exemplos de uso de drones para realizar entrega de bolsas de sangue, amostras, medicamentos e vacinas em áreas de difícil acesso na África. Na Suíça, hospitais também usam drones para transporte de materiais urgentes.
Tanto nas operações de entrega de objetos (encomendas, produtos de saúde), como em operações de monitoramento e resgate, o uso de drones nos possibilita grandes vantagens (agilidade, custo, redução poluição, redução de engarrafamentos e outros) e também alguns desafios.
Como em todo o processo de implementação de novos modelos de operação, o uso de drones precisará realizar alguns ajustes e aprimoramentos, principalmente nas questões relacionadas a regulamentação do uso desses equipamentos (segurança operacional).
Por isso, entendo que, nosso exercício é pensar nos benefícios que o uso de drones poderá proporcionar para as pessoas, para a sociedade, para as empresas, para os governos e, refletir sobre os ajustes necessários para possibilitar uma operação segura e eficaz.

Hélio Meirim é CEO da HRM Logística consultora & treinamento, tendo atuado, por mais de 20 anos, no Brasil e no exterior, em cargos executivos de empresas nacionais e multinacionais nos segmentos de Operadores Logísticos, Transportadores, Varejo, E-Commerce, Indústria Farmacêutica, Alimentícia, Siderúrgica, Química e Agrobusiness. Coordena a comissão de logística do Conselho Regional de Administração – RJ, é professor, escritor e palestrante.