Profissionais de Logística: o que o mercado exige hoje e exigirá amanhã. E o que deixou de requisita
Tive a oportunidade de fazer parte do time de executivos entrevistados, pela revista LogWeb, para fazer uma análise sobre o perfil do profissional de logística (passado, presente e futuro).
A matéria foi publicaa na edição 151 de Setembro de 2014 e, seguem abaixo meus comentários completos para a revista:

1. O que é exigido do profissional de logística hoje?
Educação continuada através de cursos, participação em seminários e o aprimoramento de outros idiomas;
Ser um excelente gestor de pessoas que deve atrair, reter,capacitar e acima de tudo motivar seu time a entender e atender as expectativas dos clientes, acionistas, colaboradores e parceiros de negócios (fornecedores).
Aliar conhecimento técnico com experiência prática. Estas duas competências precisam estar cada vez mais unidas.
Ter uma visão mais ampla e estratégica do negócio da empresa onde ele atua;
Ser um bom conhecedor dos aspectos relacionados à tecnologia da informação.
Capacidade de planejar e analisar, de uma forma integrada todos os processos logísticos desde a negociação com os fornecedores até a entrega ao cliente dentro dos prazos e custos adequados.
Ter uma visão dos processos internos e externos, identificando os que agregam valor ao negócio e ao cliente e, eliminando os que não agregam;
Habilidade de negociação com fornecedores, acionistas, colaboradores, áreas internas, autoridades e comunidade de uma forma geral;
Estar atento às questões relacionadas à sustentabilidade e meio ambiente,
Ter uma visão cada vez mais global sobre as questões relacionadas a cadeia de suprimentos;
Ser criativo frente aos desafios apresentados, buscando soluções inovadoras (pensar fora da caixa)
2. O que será exigido do profissional de logística no mercado futuro?
Ser cada vez mais ágil no processo decisório, usando de forma eficaz a tecnologia e a informação como base para a tomada de decisão;
Ser cada vez mais adaptável as demandas do mercado (aberto as mudanças);
Atuar por projetos ao invés de atuar em uma única empresa;
Atuar cada vez mais na esfera estratégica do negócio, demonstrando a importância da logística para o sucesso do negócio;
Procurar entender cada vez mais detalhadamente as necessidades e expectativas dos clientes, procurando assim desenvolver processos logísticos “tailormade” (feitos sob medida) para ele;
Ser um gestor motivador de pessoas, com uma grande habilidade negociação;
Estar atento a melhor forma de usar as tecnologias disponíveis para conseguir melhorar a equação nível de serviço x custo;
Entender como os processos logísticos estão relacionados as questões ambientais, visando assim manter processos que contribuam para Reduzir, Reutilizar e Reciclar, sendo a Logística Reversa uma área que merece especial atenção;
As questões relacionadas a mobilidade urbana já são e, serão cada vez mais inseridas no cotidiano do profissional de logística;
O avanço do e-commerce continuará incrementando os desafios logísticos, que precisarão ser equacionados de forma criativa. Os consumidores realizarão compras cada vez menores (volume e valor), demandarão agilidade no atendimento, flexibilidade nos prazos e horários de entrega, e o desejo de pagar cada vez menos (ou até mesmo não pagar) pelos custos de fretes.
3. O que era exigido do profissional de logística que hoje não é mais, deixo de ser importante.
O profissional de logística, ao longo dos anos vem ganhando cada vez mais importância dentro das organizações, sendo que com o passar do tempo, decorrente das mudanças dos cenários econômicos, dos avanços tecnológicos, da concorrência cada vez mais globalizada e das mudanças de hábitos de consumo, algumas habilidades do profissional de logística precisaram ser reforçadas e ganharam mais ênfase em detrimento de outras. Muitas destas habilidades continuam sendo importantes, mas precisam ser alinhadas com outras, sendo assim, prefiro abordar esta questão não como habilidades que deixaram de ser exigidas do profissional, mas sim como habilidades que precisaram ser alinhadas com a nova realidade de mercado e de gestão como, por exemplo:
Foco apenas nas funções operacionais (sem visão estratégica). Profissional com foco apenas no curto prazo (tocar a operação no dia-a-dia);
Profissionais extremamente especializados ecom ênfase em apenas em uma das atividades logísticas (transportes ou compras, por exemplo), sem olhar a sinergia e o impacto desta atividade com as demais;
Profissionais muito bons tecnicamente, mas com desafios quando tratamos das questões de relacionamento com as pessoas;
Profissionais que tinham grande vivência prática, mas que não tiveram uma boa base conceitual, e que tomavam decisões apenas com base nesta vivência;
Profissionais centralizadores e desconectados do mundo virtual;
Profissionais que não estão atentos ao que está ocorrendo ao redor da empresa (clientes, colaboradores, vizinhos, acionistas, fornecedores, concorrentes);